domingo, 16 de maio de 2010

Enter Sandman

Aparentemente, a praga que rogaram em mim se tornou realidade. Além de cinéfila, sou agora uma Comics Geek( traduzindo: viciada em Quadrinhos). Eu já estava me interessando por eles há muito tempo.Quis começar por algo mais próximo do meu universo, com Batman e The Spirit, mas como a ambição falou mais alto, corri logo para algo mais....."conceituado". Devorei Watchmen, mas como ainda não vi o filme, meu lado cinéfilo ficou em falta.
Depois do subir, eu desci de novo? Nem pensar!!!! Quis investir em algo muito mais clássico, sofisticado, cult, amado, idolatrado (salve, salve).... e no fim, esta pessoa cruzou meu caminho:

Não fãs de The Cure, não é o Robert Smith. Não fãs de Tim Burton, não é o Edward Mãos de Tesoura. Este é o único e imcomparavel Sandman!!!!!
Também conhecido com Morpheos, ele é o protagonista de um dos maiores clássicos das histórias em quadrinhos do mundo todo, cujo o nome é o mesmo que o de seu herói.
Sandman foi criada por ninguém menos que Neil Gaiman, famosos por livros como Stardust e Coraline( sendo que ambas já foram adaptadas para as grandes telas) e possui fãs espalhados pelo mundo inteiro. A obra foi e ainda é tão idolatrada que virou tema de uma música do Metallica, Enter Sandman:
Morpheus é ninguém menos que o velho João Pestana, o responsável por jogar areia em nossos olhos e nos fazer adormecer. O Sandman de Neil Gaiman é uma versão mais bem acabada do velho personagem, sendo chamado de Senhor dos Sonhos. Ele é um dos sete pepétuos, personificações de conceitos e sentimentos presentes na vida de todos os seres humanos, como o Desejo, o Delírio e o Destino. Morpheos é o Sonho.
Sandman começa quando seu protagonista é capturado acidentalmente em um ritual pelo mago Roderick Bugess, em 1916. Ele passa anos trancado em uma redoma de vidro no porão de seu captor, até que por descuido consegue fugir. Voltando ao seu reino, o encontra destruído, e parte atrás de seus objetos roubados durante sua prisão: a algibeira (bolsinha onde carrega sua areia), seu elmo e seu rubi. Sem eles, Morpheos perde os poderes. Mas a busca não tem nada para ser fácil, uma vez que seus objetos vão parar nas mão de humanos irresponsáveis e também de demônios. Rola até um encontro com o exorcista/ caçador de monstros/ fumante inveterado mais querido dos nerds e afins, John Constantine e uma visita ao Asilo Arkham, onde estão presos vilões com Jonhathan Crane( o Espantalho) e Harvey Dent o Duas-Caras).
Esse é apenas o começo da história. Muita coisa acontece depois disso.
Morpheus é um verdadeiro herói trágico, sendo reflexivo, sombrio, às vezes até orgulhoso e impiedoso. Mas extremamente cativante, por mais incrível que pareça. Talvez a grande razão disso seja seu forte senso de justiça e coragem, além do seu lado humano.
A única personagem capaz de roubar sua cena é sua irmã, Morte. Diferente do que seria considerado óbvio, ela é doce, bem-humorada, e simpática, agindo como uma verdadeira aliada do Sandman. Um exemplo é sua primeira aparição na história, onde ela cita uma fala da Mary Poppins, e discorre sobre o filme durante alguns quadrinhos. Uma cena imperdível.
Depois dessa declaração de amor , você deve estar pensando "ok, mas o que raios Sandman tem a ver com cinema?". Simples. Como tem acontecido com toda história em quadrinhos marcante, Sandman pode vir a se tornar um filme. Sim, sim, sim!!!!!
Ou talvez não. As últimas notícias sobre o projeto foram que o diretor Joel Schumacher estaria interessado em dirigi-lo. Não que Schumacher seja um mau diretor. Pessoalmente, um dos meus filmes favoritos, O Fantasma da Ópera foi dirigido por ele. Mas depois do desastre com Batman, nenhum fã de Sandman vai querer-lo a menos de dois metros da obra de Gaiman. O desatre em questão é a peróla Batman & Robin, com George Cloney de homem-morcego (até aí tudo bem), com Arnold Schwarzenegger de Mr Freeze(?!) e Umma Thurman(?!?!?!) de Hera Venonosa. Não vi o filme inteiro, mas meia hora ouvindo as piadas de Schwarzenegger envolvendo gelo e aquela fantasia ridicula de Batman foram suficientes para eu ter vontade de me jogar pela janela. O próprio Gaiman disse que entre fazer um filme ruim de Sandman e não fazer nenhum filme, ele ficava com a segunda opção.
Há algum tempo, li um texto do site Omelete onde seu autor falava sobre Sandman, sua importância, etc. A passagem que mais me marcou foi quando ele relembra a ida de Morpheos ao Inferno, atrás de seu elmo, que estaria com um demônio. Chegando lá, ele é desafiado por este, num verdadeiro duelo estilo Merlin vs Madame Min. No fim, o demônio perde a disputa. Mas quando Morpheos está preste a sair, Lucífer o impede, dizendo que não importa sua vitória, que jogos como aquele não valiam da nada no Inferno e pergunta que poder teria o Rei dos Sonhos em um lugar como aquele.
Eu paro por aqui. Só digo que tanto o modo que Morpheos vence o jogo, como a resposta que ele dá a Lucífer são do tipo que merecem ir para as telas. Mas de um jeito bom, não apenas como mais um filme comercial. Gostando ou não, ninguém é capaz de ficar indiferente ao mundo dark, misterioso e fantástico criado por um mestre da literatura e dos quadrinhos.
Termino meu texto igual ao do Omelete. Se quer saber como Morpheos escapa de uma orda de demônios pronta pra triturá-lo, procure por aí e me conte depois o que achou.

domingo, 2 de maio de 2010

Estrada Para o inferno



O grande erro de Homem de Ferro 2( Iron Man 2, no original) foi seu desperdicio de atores e personagens. Assim como Batman Begins e sua continuação, O Cavaleiro das Trevas, este é um dos poucos filme sobre super-heróis com elenco conceituado: Robert Downey Jr., Mickey Rourke(ambos já indicados ao Oscar de melhor ator coadjuvante e melhor ator, respectivamente), Gwyneth Paltrow, Don Cheadle, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson......mas o roteiro mal-acabado acaba ofuscando parte do talento destes.
A história trilha por um caminho muito conhecido nos mundos de Marvel. DC Comics, etc: o apice do heroísmo, sua queda, e o retorno triunfal. O milionário playboy Tony Stark vai ao topo, ao anunciar ser o Homem de Ferro, mas seu ego gigantesco e falta de responsabilidade, aumentados pela fama e adoração instantânea, acabam levando-o para o fundo do poço, ou musicalmente falando, a uma highway to hell. Tudo parece ter sido desenvolvido às pressas, apenas com objetivo de dar continuidade ao primeiro longa e arrecadar mais alguns centavos dos fãs e curiosos. Uma pena, realmente. A metáfora da "estrada para o inferno" pode ser usada tanto para se referir a trama como para a falta de toque dos diretores e produtores. Felizmente, no fim, as coisas se resolvem e a highway se torna menos assustadora.
Mas nem tudo foi perdido. É exatamente esse pouco de carisma e talento aproveitados que salvam filme e corrigem parte de seus erros.
Os destaques decididamente são Downey Jr., revivendo o boa-vida Tony Stark e Jackson, como Nick Fury. Ambos estão excelentes. Downey Jr. parece ter nascido para o papel. Os diálogos entre os dois estão entre as melhores cenas do filme.
Mas além do elenco, o grande acerto foi a trilha sonora. Difícil não se empolgar com Stark se exibindo ao som de Shoot to Thrill e Highway to Hell(!!!!!!!!!!!!!!!), dos mestres AC/DC. A última, por motivos já citados, podia facilmente se tornar tema do filme. É incrível como estas músicas combinarem perfeitamente com a personalidade debochada e irreverente de seus protagonista.
Fazendo um balanço final, Homem de Ferro 2 não é um filme totalmente dispensável, mas podia ter sido melhor.