sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mais que Uma Noite

Traição é sempre física?É possível ser feliz com alguém e ainda assim sentir atração por outro(a)? A trama de Apenas Uma Noite (Last Night, no original) gira em torno de um único tema : fidelidade. Joanna (Keira Kinghtley) e Michael (Sam Worthington) são um casal feliz, mas a atração dele por uma colega de trabalha,Laura(Eva Mendes),combinada com o aparecimento de Alex(Guillaume Canet), um antigo amor de Joanna são o bastante para que a tensão se inicie e fique cada vez mais difícil se manter fiel. A história se desenrola em um ritmo ótimo, nem muito depressa, nem muito rápido.Enquanto Worthington e Mendes se focam na questão da atração física, as personagens de Knightley e Canet lidam com outra temática: um sentimento muito forte, mas que não encontra espaço para amadurecer de verdade. Talvez seja essa causa de um desequílibrio na trama: as questões levantadas por Michael e Laura chegam a ser interessantes (principalmente pelo ponto de vista dela), mas as atuações são muito rasas, de maneira que Joanna e Alex acabam roubando o filme. Além de terem personagens mais bem construídos, o contexto em que se inserem é mais interessante e a tensão entre os dois, muito mais convincente que a do outro casal. No fim,é Keira Kinghtley e Guillaume Canet que tornam Apenas Uma Noite um filme excelente, do mesmo modo que Jude Law e Natalie Portman transformaram Closer em um filme notável. A trilha sonora é outro fator importante na trama, dando a intensidade necessária para os momentos importantes do filme, sem beirar ao melodrama ou ao exagero. A diretora e roteirista Massy Tadjein soube carregar no drama e na emoção, sem soar falsa ou pretensiosa.É uma bela história, com uma bela direção e belos momentos. Um filme que merece ser visto e apreciado quantas vezes forem necessárias.

Minhas Aberturas favoritas #1 - A Hard Day's Night

O ano era de 1964 e os Beatles eram um sucesso em níveis nunca antes vistos. Não era raro ver uma massa de fãs (especialmente mulheres) jovens e histéricos, se descabelando e gritando em frente aos locais onde a banda se apresentava. Em termos publicitários, qual era o próximo estágio a ser alcançado? O cinema, é claro! Foi aí que nasceu A Hard Day's Night, que no Brasil ganhou o nome de Os Reis do Iê Iê Iê. O filme, que tem direção de Richard Lester e roteiro de Alun Owen, narra o que seria "um dia na vida dos Beatles", como direito a perseguições por parte dos fãs, entrevistas,piadinhas, e muita música, obviamente. Além contar com o quarteto de Liverpool (pra quem passou os últimos setenta anos fora da Terra:John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr), a trama conta com atores como Wilfrid Brambell (vivendo o avô ranzinza e trambiqueiro de Paul) e Victor Spinetti (um diretor de TV um tanto quanto exagerado. O ator também apareceria em mais dois filmes do quarteto, Help! e o lisérgico Magical Mystery Tour). A trilha sonora estaria presente no album de mesmo nome do filme e dela fazem parte sucessos com Can't Buy Me Love, And I Love Her e a faixa título, A Hard Day's Night. Algumas cenas são consideradas clássicas, como a sequência no trem (onde a futura mulher de George Harrison, Patty Boyd, dá as caras), Ringo passeando com um garotinho, George posando para um fotográfico, John brincando na banheira e o grupo fugindo da polícia (que aparece na foto acima). Mas a cena mais emblemática de todas é a sua abertura: O filme começa com um fundo preto, com um escrito em letras brancas "A Walter Shenson production". De repente se escuta um único acorde, solto no ar. A tela é invadida pela imagem de Lennon, Starr e Harrison fugindo de uma manada de fãs enlouquecidos, enquanto a música vai tocando. Apesar do desespero, dá pra ver que os três(especialmente John) estão se divertindo com a situação. A cena segue. Eles entram numa estação de trem, se escondem em cabines telefônicas e fotográficas, pulam um muro e até passam por um Paul McCartney usando barba e bigodes postiços. Enquanto isso, o produtor da banda tenta abrir uma caixa de leite, sem muito sucesso. Ao fim da sequência, os três se encontram com Paul e embarcam em trem, deixando para trás uma multidão em polvorosa. Para muitos, não só a abertura como o filme todo soam ingênuos demais. Entretanto, esse é seu grande trunfo : A Hard Day's Night pode não ser o retrato mais fiel possível do Fab Four, mas é uma caricatura divertida e até poética do que foi a Beatlemania e de quem fez parte dela. No fim, essa abertura é exatamente como os Beatles : mesmo com o passar dos anos, não perde o frescor e o encanto.

domingo, 25 de março de 2012

It's Alive!!!!!!


É com esse grito de guerra (inspirado no álbum dos Ramones)que eu declaro oficialmente o início de 2012 para o Pipocando. Planejávamos ter começado mais cedo, mas alguns problemas foram aparecendo no meio do caminho, e tivemos que adiar esse momento. Mas ele finalmente chegou e o resto é só alegria!
Durante esse longo recesso, muitas ideias foram repensadas e temos orgulho de trazer um blog melhorado, mais dinâmico e interessante.
Mas a principal mudança está no próprio modo como esse texto está sendo escrito. É com muita alegria que eu, sua humilde blogueira, anuncio que o Pipocando ganhou uma ajuda de peso esse ano. Em breve vocês, meus queridos leitores, conhecerão melhor esse time.
Fico, ou melhor, ficamos por aqui. Já deixou de brinde uma crítica fresquinha de Sherlock Holmes : O Jogo de Sombras e a promessa de um 2012 cinematográfico!
Até breve!!!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Um Bom Retorno


Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes: A Game of Shadows, no original)tinha tudo para ser ainda melhor que seu antecessor: um orçamente mais generoso, uma direção de arte brilhante, um duelo entre o maior detetive do mundo e seu arqui-inimigo....entretanto, a trama confusa dificulta a integração entre o filme e a platéia, e pode acabar impedindo que todos os outros fatores muito bem trabalhados sejam ignorados.
Entre esses fatores, está o elenco. Robert Downey Jr. volta ao papel de Sherlock e faz (mais) um trabalho muito bem-feito. Jude Law também está ótimo como o companheiro de Holmes - o médico John Watson - e a relação dos dois foi aprofundada, soando mais crivel.Rachel McAdams continua encantando como Irene Adler, apesar de sua aparição ser muito curta. Noomi Rapace faz a cigana Sim, um papel muito mais discreto do que da hacker sociopata Lisbeth Salander, do sueco Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, mas ainda assim se sai muito bem. O grande trunfo do filme, entretanto, está em Jared Harris como o vilão Moriarty. A personagem criada por Harris não tem rodeios, truques ou disfarces. Moriarty é cru, frio e incrivelmente calculista, sendo capaz de acabar com qualquer um que entre em seu caminho.
É um fato conhecido que sequencias dificilmente superam seus antecessores, e O Jogo de Sombras parece reforçar essa ideia. Apesar disso, é um filme bem-feito, repleto de cenas divertidíssimas (como as protagonizadas por Mycroft Holmes, irmão de Sherlock, vivido por Stephen Fry) e instigantes, garantindo diversão e um resultado final positivo. Ainda não foi confirmado se haverá um terceiro filme, mas caso haja, não será nenhum problema.